Texto Aula 01


Artigo 1 - TECNOLOGIA EDUCACIONAL E DIGITAL NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO
Elaine Turk Faria

1. Introduzindo a temática

Com frequência, lemos nos jornais, revistas e na literatura científica atual o quanto nossos jovens estão familiarizados com a tecnologia e têm facilidade no seu manuseio. Veem e Vrakking (2009) denominam os jovens desta época de “geração Homo zappiens, que cresceu usando múltiplos recursos tecnológicos desde a infância”.
Para estes autores, “a geração Homo zappiens é digital e a escola analógica”. Reforçando essa posição, Marc Prensky, educador americano, escreveu um artigo em 2001 sobre os nativos digitais e imigrantes digitais, em que faz uma divisão entre aqueles que vêem o computador como novidade e os que não imaginam a vida antes dele, (...) sendo que os nativos digitais têm contato com a tecnologia logo após o nascimento (MELLO e VICÁRIA, 2008).
Esta situação, vivenciada na sociedade contemporânea, tem implicações tanto nas escolas de educação básica quanto nas Instituições de Ensino Superior (IES), pois este é o novo perfil dos estudantes e dos acadêmicos. Consequentemente, os cursos de licenciatura, onde se inclui também o curso de Pedagogia, têm de preparar os futuros professores para atuarem neste contexto. Destarte, justifica-se a inclusão deste capítulo num livro que pretende aprofundar temáticas relacionadas à educação, à aprendizagem e à docência no cenário contemporâneo.
O objetivo deste texto é apresentar um estudo sobre as possibilidades e necessidade de utilização da tecnologia digital nas instituições de ensino, bem como da introdução da cultura tecnológica entre alunos e professores, onde se inclui a educação a distância e as disciplinas semipresenciais no ambiente acadêmico.

2. Fundamentação legal para a utilização da tecnologia na educação

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional incentiva a introdução das tecnologias nos diferentes níveis do ensino de tal forma que o “educando apresente domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna” (art. 36 da LDB n. 9.394/96).
Em decorrência da LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da Educação Básica também lançam os princípios da organização curricular do ensino fundamental e do ensino médio, determinando que A base nacional comum dos currículos do ensino médio será organizada em áreas de conhecimento, a saber: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências da natureza, matemática e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias (art. 10 da Resolução CNE/CEB n. 03/98).
Note-se o destaque dado às tecnologias (grifo nosso). Já em relação ao ensino superior, além da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), há orientação no sentido de que se utilize a Educação a Distância (EAD) em cursos totalmente virtuais na graduação (Decreto Fed. 5.622/05, que normatiza o art. 80 da LDB) ou em disciplinas denominadas “semipresenciais” por utilizarem parte presencial e parte a distância em seus currículos (Portaria MEC 4.059/04). Muitas IES têm
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aproveitado esta possibilidade de virtualizar parte das disciplinas do currículo, incluindo em seus projetos pedagógicos dos cursos de graduação as disciplinas semipresenciais em diferentes modelos, ou seja, integral ou parcialmente a distância. Segundo a Portaria 4.059/04, entretanto, o total de carga horária das disciplinas a distância não pode ultrapassar a 20% (vinte por cento) da carga horária total do curso.
Além disso, ainda conforme a mesma Portaria, estas disciplinas deverão Incluir métodos e práticas de ensino e aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos, bem como prever encontros presenciais e atividades de tutoria.
De acordo com a legislação supracitada, “tutoria implica na existência de docentes qualificados em nível compatível ao previsto no projeto pedagógico do curso, com carga horária específica para os momentos presenciais e os momentos a distância”.
A análise da legislação vigente sugere uma reconfiguração do trabalho docente, tendo em vista a sociedade da informação e do conhecimento.
Assim, para a realização das atividades a distância na modalidade semipresencial, os docentes necessitam de formação tecnológica e capacitação para atuação em Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA).
Existem diversos AVEA’s e as IES podem escolher dentre os ambientes disponíveis no mercado o que melhor atender a sua proposta pedagógica e tecnológica. A maioria delas tem optado pelo ambiente virtual MOODLE (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), por ser uma plataforma free que permite a criação de novas funcionalidades (atividades e recursos), além do acompanhamento e tutoria do processo de ensino e aprendizagem virtual.
Desta forma, atende-se a caracterização da modalidade semipresencial descrita na Portaria referenciada, como quaisquer atividades didáticas, módulos ou unidades de ensino e aprendizagem centrados na autoaprendizagem e com a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota.
Destaca-se aqui a expressão “auto-aprendizagem” e “tecnologias de comunicação remota” significando uma nova modalidade de aprendizagem que exige autonomia e responsabilidade estudantil, além da cultura de comunicação virtual e não-presencial. Este é o grande diferencial! Além de dominar a tecnologia há que se habituar à comunicação virtual, à auto-organização do tempo e das atividades, à utilização do computador e da Internet na realização das atividades estudantis, enfim, uma nova modalidade de ensinar e de aprender; novos olhares, novas práticas!

3. Características do aluno e do professor tecnológico
Diversas tecnologias são utilizadas há muito tempo, tanto na educação básica como no ensino superior, como, por exemplo, o mimeógrafo, o rádio, o retroprojetor, o projetor de slides, a televisão, enfim, os recursos foram sendo atualizados e as inovações surgiram, mas continuamos a ensinar com os recursos tecnológicos. Só que passamos das lâminas do retroprojetor escritas a mão com caneta especial, no plástico, para as digitadas no computador e, posteriormente para a reprodução em PowerPoint e projetadas no datashow. Em vez do mimeógrafo surgiu o Xerox. Do quadro-negro passamos ao verde e ao quadro digital interativo (e-Beam). Os docentes apontavam os detalhes na tela com uma caneta de cabo comprido ou com uma régua e agora com a caneta laser.
O ensino por correspondência transformou-se na Educação a Distância (EAD), com os recursos da Tecnologia Digital (TD) e, consequentemente, surgiram novos paradigmas para ensinar e aprender.
Para acontecer a atualização dos recursos tecnológicos em sala de aula presencial, dois requisitos são fundamentais: a aquisição dos recursos e a capacitação docente para seu uso. Na base destes dois critérios está a vontade, o incentivo à atualização, a percepção da necessidade de formação continuada e o tempo para construir novos referenciais e recursos didáticos suportados pela tecnologia.
Algumas sugestões de materiais, ambientes e atividades educacionais com a utilização de recursos tecnológicos foram apresentadas por esta autora em publicação anterior (FARIA, 2009), mas cada vez mais surgem novos recursos e ambientes, alguns deles criados para lazer e entretenimento, mas que também podem ser utilizados para aprendizagens educacionais, como é o caso do Second Life, do Orkut, do YouTube, do Blog, do Facebook e outros.
O emprego da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem exige planejamento, acompanhamento e avaliação da tecnologia selecionada, a fim de contextualizá-la ao tipo de aluno, aos objetivos da disciplina, ao modelo teórico-referencial educacional adotado. Portanto, a tecnologia educacional deve auxiliar o aluno na sua aprendizagem – e não dificultar – como também deve propiciar melhores condições de ensino – e não assustar – ao professor, já tão sobrecarregado de atividades educacionais. No entanto, sabemos que o início de uma nova atividade é sempre difícil, por isso deve ser implantada aos poucos, passo a passo, para ter sucesso.
Enfatiza-se aqui a necessidade de iniciar sensibilizando e capacitando professores para o uso das TIC e das TD, bem como da EAD. Depois, estes docentes, por sua vez, aplicando adequadamente estas tecnologias, sensibilizarão e ensinarão seus alunos a aderirem e a se movimentarem bem neste contexto tecnológico.
Desta forma, faremos não só a inclusão digital desta parcela da população que encontrará alunos nativos digitais em suas futuras aulas, como tornar-se-ão usuários conscientes da importância da aplicação da tecnologia na educação, pois ela já está inserida na sociedade em diversas atividades cotidianas, como no uso do cartão de crédito e débito para realizar compras, celulares para a comunicação, TV digital e DVD para entretenimento, e tantos outros instrumentos e recursos tecnológicos utilizados na vida cotidiana pelos cidadãos na sociedade digital atual. Muitos dos alunos e professores universitários ainda são oriundos das escolas em que a aula expositiva e o trabalho em grupo são as metodologias mais utilizadas em sala de aula, em que a presença física do mestre é marcante para a orientação aos trabalhos e direção do estudo.
Com a criação dos ambientes virtuais de ensino e aprendizagem para as disciplinas semipresenciais ou totalmente virtuais, por exemplo, surge uma nova proposta de estudo, na qual o estudante precisa ter autonomia para administrar seu tempo – mas, flexibilidade de horário não significa perder o prazo para a realização das atividades – e independência para estudo individual, sem a presença física do professor, mas acompanhado pelo monitoramento desenvolvido pelas ferramentas do AVEA e pela mediação pedagógica do professor.

Um dos objetivos e vantagens das disciplinas semipresenciais e dos cursos a distância é a possibilidade de flexibilizar o horário e o espaço estudantil, permitindo que o aluno realize as atividades em casa (ou em qualquer lugar que tenha computador com acesso à Internet, como lan house ou cyber café), sem necessidade de comparecer na instituição de ensino no horário da aula, realizando, outrossim, as atividades em seu próprio ritmo. No entanto, a ausência da temporalidade relacionada ao espaço-tempo pode ser uma vantagem – e não um insucesso na aprendizagem – desde que o aluno entenda que as aulas estão disponíveis no ambiente, mas que ele precisa saber administrar seu próprio tempo e ritmo de aprendizagem.
Por outro lado, a facilidade do não comparecimento do aluno na IES não significa que a mesma se exima de responsabilidade em disponibilizar laboratórios com acesso à Internet aos seus alunos. Ao contrário, significa que estes alunos possam buscar estes espaços em horários alternativos, que melhor lhes convier, para a realização das atividades virtuais.
Para a concretização das atividades de aprendizagem propostas no AVEA, como o MOODLE, necessita-se do perfil de um aluno mais ativo, interativo, autônomo, com iniciativa, que saiba trabalhar individualmente, e que consiga ler e escrever no computador, ou seja, se comunicar virtualmente sem estar fixado na dependência da presença do educador, do espaço físico definido e do tempo rígido pré-estabelecido. Essas características precisam ser aprendidas e reforçadas para que o estudante se desprenda da postura de aprendiz dependente do professor.
Além destas características, o estudante familiarizado com o ambiente virtual é um aluno mais amadurecido, auto-organizado, motivado, questionador, investigativo, navegador pela Internet, colaborativo, que sabe ler tutoriais, trocar informações, dar sugestões, expressar suas ideias adequadamente no ambiente virtual e organizar sua agenda de estudo, sem a necessidade da ‘cobrança’ do professor, mas sentindo a ‘presença virtual’ do educador, denominada de estar junto virtual, por Valente (2002)
A implantação de uma abordagem de EAD que permite a construção de conhecimento envolve o acompanhamento e assessoramento constante do aprendiz no sentido de poder entender o que ele faz, para ser capaz de propor desafios e auxiliá-lo a atribuir significado ao que está realizando. Só assim ele consegue processar as informações, aplicando-as, transformando- as, buscando novas informações e, assim, construindo
novos conhecimentos. Esse acompanhamento consiste no “estar junto” do aluno de modo virtual, via internet (p.143).
Deduz-se desta proposta de Valente que o perfil do educador tecnológico de sucesso é daquela pessoa familiarizada com a tecnologia, cuidadosa na utilização de materiais com direitos autorais, mas que atualiza os textos a disponibilizar aos discentes para estudo e debate, propõe desafios, cria situações-problemas e atividades significativas de aprendizagem variadas com uso das TD e do AVEA, sempre acompanhando sua realização, instigando a discussão, orientando a construção do conhecimento do aluno e fornecendo feedback constante.
Em virtude deste acompanhamento constante – e não só no período da aula presencial – o professor virtual acaba estando mais presente virtualmente, ou seja, é um estar junto virtual que marca o apoio docente ao aluno.
Assim como o estudante, o professor também tem que aprender a ler, a escrever e a se comunicar virtualmente com o aluno e, principalmente, saber avaliar a escrita pessoal e colaborativa do educando, evitando que haja plágio, pois a Internet facilita o “copia-e-cola”.
O apoio das tecnologias e da Internet nas atividades educativas é, sem dúvida, de valor inestimável, mas deve ser bem dimensionada e avaliada. Cabe ao aluno buscar mais, independente do mínimo exigido, dedicar-se ao estudo, mesmo na ausência do educador e cooperar e colaborar com os colegas, o que não significa fazer as atividades por eles.
Essa maior dedicação do aluno na EAD também é sentida pelos docentes que precisam buscar novas formas de apresentar o conteúdo, de interagir com os alunos e de avaliar as atividades realizadas. A atitude de busca de novas formas de ensinar pode ser apoiada pela descoberta de usos pedagógicos da tecnologia já experimentados por colegas, criando um ambiente de trocas e comunicação entre os docentes. Cabe, ainda, ao professor propor leituras e atividades no AVEA, sem necessidade de imprimir textos, o que é ecologicamente correto, avaliando os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema em estudo, mediando e interagindo para acompanhar a construção do conhecimento e ainda propondo “atividades caracterizadas como pós-aula, com a função de complementar o trabalho pedagógico para a compreensão ou aprofundamento do conteúdo” (SANTOS et al, 2009, p.25).
Em todos os momentos faz-se necessária a presença – física e/ ou virtual – do educador, que conhece o potencial do computador, tanto no aspecto tecnológico, como no pedagógico e no psicológico, mediando a construção do conhecimento do aluno, sendo um facilitador da aprendizagem; colaborador; problematizador, apresentando desafios; animador da rede de conversação, sempre pronto para o diálogo constante com os participantes da comunidade virtual de ensino e aprendizagem.
Em suma, o uso das tecnologias digitais e dos ambientes virtuais é um desafio não só para o acadêmico como para o docente também e a vivência da experiência no uso dos mesmos é que melhorará a prática pedagógica do processo de ensinar e de aprender com tecnologia.

4. Sugestões de estratégias de ensino com o uso da Técnologia Digital

Cada disciplina e turma de alunos apresentam características próprias, sendo, portanto, difícil apresentar sugestões que sejam válidas para todas. No entanto, ousamos fazer algumas propostas gerais que possam orientar os docentes no exercício de suas funções em qualquer nível de ensino.
Se a instituição de ensino tiver um ambiente virtual, algumas atividades poderão ser utilizadas no próprio AVEA institucional. Caso não tenha um AVEA na instituição, mas possua laboratórios com computadores e acesso à Internet, certas atividades poderão ser realizadas, como por exemplo: criação de Blog (utilizado como Diário Virtual ou como divulgação de texto para discussão); WebQuest (que é um projeto de pesquisa na Internet); Hot Potatoes (ferramenta que possibilita a realização de exercícios interativos na Web); Google Earth (visualizador de imagens por satélite para aprender geografia); CMap Tools (ferramenta para a organização de Mapas Conceituais); utilização de sites que permitem a construção de textos colaborativos ou de textos para download (ou seja, textos da Internet para salvar no computador do usuário); além de muitos exercícios e atividades utilizando o Word, o PowerPoint e o Excel.

Evidentemente, o professor tem que ensinar o aluno a pesquisar textos científicos na Internet, pois existem muitos sites que publicam qualquer texto, sem avaliação de conselho editorial.
Na Internet existem repositórios de Objetos de Aprendizagem (OA) prontos (também conhecidos como Objetos de Ensino, Objetos Digitais ou Objetos Educacionais) e relativos a diferentes áreas de conhecimento, livres para serem reutilizados e modificados. Segundo Negreiros (2009, p. 24) “os repositórios permitem uma pesquisa mais aprofundada, onde o usuário ao contrário do que acontece em ferramentas de busca na web consegue visualizar o conteúdo previamente, seguindo os padrões da ferramenta de pesquisa”.
Negreiros, em sua monografia, relacionou os Projetos de Trabalho e seu emprego nos anos iniciais do ensino fundamental, concluindo pela aplicabilidade dos mesmos. Seria interessante, certamente, iniciar as atividades com uma sondagem para verificar o nível de conhecimento dos alunos sobre os diversos recursos do Word, do PowerPoint, do Paint Brush (utilizado para a criação de desenhos e edição de imagens) e do Movie Maker (para elaboração de pequenos vídeos), porque todos estes estão disponíveis em qualquer computador que tenha o Windows, mas, por vezes, alunos e professores desconhecem as diversas possibilidades destes editores de textos que também permitem corrigir/revisar textos; anexar figuras e músicas; criar palavras cruzadas ou desenhar, entre tantas outras atividades educativas. Uma breve capacitação para atualização docente pode ser realizada quando novas versões do Windows e, consequentemente destes recursos, forem instaladas nos computadores da instituição.
Em vez de usar a máquina fotográfica ou a filmadora, os alunos podem ser incentivados a criarem vídeos no Movie Maker, utilizando uma câmera digital ou a webcam do computador. Estes vídeos produzidos pelos alunos com seus professores podem ser apresentados em aula para análise e debate sobre um determinado tema. São denominados de “vídeos caseiros” porque não tem a pretensão de ter qualidade técnica de filmagem profissional, mas, sim, de serem utilizados didaticamente.
Nos ambientes virtuais, como no MOODLE, o fórum é um recurso muito utilizado para: seminário virtual, comunicações, aprofundamento de discussão, apresentação de atividades realizadas e entregues em anexo pelos alunos, para avaliação e comentários do professor, entre outras atividades e objetivos.
Existem diferentes tipos de fóruns que podem ser configurados pelo professor, mas é importante ressaltar que é uma ferramenta assíncrona (não simultânea como o chat) que fica disponível no ambiente e visível a todos os participantes durante todo o tempo do curso ou disciplina.
Este registro das intervenções dos participantes traz contribuição fundamental ao processo de reflexão-na-ação-e-sobre-a-ação, além da possibilidade de recuperação instantânea, a qualquer tempo, dos diálogos, das ideias levantadas e das colaborações recebidas, podendo ser lançada no Webfólio (é um portfólio online, um registro minucioso das atividades acadêmicas, visando não só o registro e avaliação, mas principalmente o crescimento e desenvolvimento estudantil).
O e-mail, como o fórum, é outra ferramenta de comunicação entre alunos e professores, mas que exige o hábito de abrir periodicamente a caixa de correio eletrônico e de também, deletar (apagar) as mensagens antigas para não sobrecarregar a caixa de correspondência.

Muitas pessoas têm mais de um e-mail – um particular e outro acadêmico ou profissional – e acabam esquecendo de ler um ou outro. Este problema pode ser evitado mediante a simples reconfiguração de um e-mail, redirecionando as pops de um endereço eletrônico para o outro que costumam ler com mais assiduidade, a fim de não perder o espaço de diálogo tão necessário na vida acadêmica e profissional. O redirecionamento é fácil e os detalhes dependem do tipo de e-mail utilizado, mas é o encaminhamento automático de mensagens que são enviadas para um determinado endereço de e-mail, fazendo com que essas mensagens cheguem a outro endereço de e-mail pré-definido, sem modificações.
Se o professor adotar um ambiente virtual de ensino e aprendizagem, mesmo que não tenha uma disciplina semipresencial na graduação nem uma disciplina a distância, mas simplesmente utilizar o ambiente como um recurso a mais, como um repositório e suporte à disciplina presencial, ele terá diversas funcionalidades (recursos e atividades) disponíveis para disponibilizar aos seus alunos. Assim, aos poucos, alunos e professores irão se habituando e criando a cultura da virtualidade e das tecnologias digitais na educação.
Não é o objetivo descrever aqui todas as funcionalidades do ambiente virtual MOODLE, por isso simplesmente serão listadas as possíveis atividades: diário; glossário (elaborado pelo professor ou criado em conjunto pelos alunos); Hot Potatoes; lição (que pode ser só um hipertexto ou um exercício com opções); exercício de escolha; wiki (para elaboração de texto colaborativo); entrega de tarefas (de diferentes
formas, com texto online ou offline, com arquivo único ou não); base de dados; questionário e questionário editável; entre outros. Existem também no MOODLE os recursos: livro; link a um site ou a um arquivo (texto no Word, em PDF, Excel ou PowerPoint); página web; e outros. Enfim, múltiplas são as possibilidades de dinamização do ambiente virtual; basta que o docente esteja capacitado, motivado para descobrir novos horizontes, mesmo que inicialmente seja mais difícil, mais demorado, levando-o a sentir-se inseguro na produção inicial do ambiente.
Para apoiá-lo, a instituição de ensino pode propiciar que estagiários, tutores ou ATED (Auxiliares Técnicos em EAD) possam ser consultados e auxiliem o docente no início de sua aventura pelo mundo virtual. Este apoio institucional é muito importante para proporcionar segurança e dirimir dúvidas que possam surgir no desenvolvimento das atividades.
As escolas e as IES estão inseridas na sociedade e, como tal, precisam acompanhar seu desenvolvimento e adequar-se as suas exigências. Portanto, desnecessário se faz comprovar a importância da utilização das tecnologias nas instituições de ensino, uma vez que a sociedade contemporânea é digital e altamente tecnológica.
Educadores necessitam de permanente atualização, como forma de educação continuada para o emprego dos recursos digitais em suas aulas, uma vez que cada vez mais recebemos alunos com maiores conhecimentos tecnológicos.
Foram apresentadas neste capítulo algumas ferramentas digitais, recursos e atividades que poderiam dinamizar as aulas presenciais e virtuais. Outras sugestões poderiam ainda ser acrescentadas, pois o tema não se esgota aqui – nem era esta a pretensão – e novas possibilidades sempre surgirão, uma vez que a inovação tecnológica é constante e o docente só precisa estar motivado para aprender novos recursos.

Não somos contra a mídia impressa – os livros sempre existirão e são necessários – mas podemos também utilizar outros recursos mais interativos e em rede como complemento às leituras lineares.
Entretanto, a incorporação das mídias digitais deve levar à inovação e não à reprodução, à interatividade e não à passividade, à construção de conhecimento sócio individual e não à reprodução da informação. Os termos tecnologia educacional e tecnologia digital têm uma abrangência muito grande (já analisado em outro livro de FARIA, 2009). Estamos conscientes de que não focalizamos todos os tópicos neste texto, pois nos restringimos ao computador, à Internet e a educação a distância.
No entanto, muitas sugestões de atividades e recursos foram apresentadas para serem analisadas, adequadas e aplicadas conforme os objetivos da disciplina, seja ela presencial, semipresencial ou a distância.
Outras sugestões poderiam ser listadas e até mesmo criadas pelos próprios alunos e professores, uma vez inseridos nesta cultura digital. Este é outro fator importante a conquistar: a inserção da cultura tecnológica, digital e virtual nos educandos e nos educadores.
Alguns ainda resistem, outros são francamente favoráveis! Importa é não ter medo de começar a usar a tecnologia na educação e aos que já a aplicam em aula. Precisamos aprender a aprender com tecnologia; utilizar a tecnologia a favor do ensino e da aprendizagem; construir nossos conhecimentos na interação com os outros e com o apoio dos recursos tecnológicos, que facilitam tanto o ensino quanto a aprendizagem.

Responda as questões para serem discutidas no primeiro dia de aula
1. Comente sobre a geração Homo zappiens na perspectiva das autoras.
2. Explique sobre a Fundamentação legal para a utilização da tecnologia na educação.
3. Quais são as características do aluno e do professor tecnológico?
4. Sugestões de estratégias de ensino com o uso da Tecnologia Digital.

Referencia: FARIA, Elaine. Tecnologia educacional e digital no cenário contemporâneo. In RAMOS, Maria Beatriz; Faria, Elaine. Aprender e Ensinar: Novos olhares e Práticas. Porto Alegre: EDPUCRS [p.14-24] Disponível: ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0076-9.pdf. Acessado 23/07/2013.

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