Texto Aula 03


QUINTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2009


Das TIC no ensino ao ensino das TIC.


A aplicação das TIC na sala de aula no sentido de melhorar o ensino-aprendizagem.
Será que as TIC têm contribuído para a melhoria da aprendizagem dos alunos?
Há várias questões que se têm colocado neste sentido, nomeadamente:

- Estão as TIc a beneficiar a formação dos alunos?
- Estão os professores apetrechados para usar as TIC?

A introdução das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola levanta
preocupações aos professores relativamente ao seu papel. Surgem por isso atitudes que
podem ser desfavoráveis perante estas mudanças.
Numa mesma escola podem encontrar-se duas posições perfeitamente distintas em
relação às tecnologias: de um lado os tecnófobos que vêem em qualquer tecnologia
(desconhecida para eles) um perigo/ameaça aos seus valores e modo de vida; de outro os
tecnófilos que encaram cada avanço tecnológico como a salvação da educação. No entanto,
nem todos os professores têm atitudes tão extremadas como as dos dois grupos anteriores.
Também Ponte e Serrazina (1998) referem a existência de atitudes diversificadas
por parte dos professores face às TIC. Enquanto alguns olham para as TIC com
desconfiança e adiam o mais possível o contacto, outros utilizam-nas no dia-a-dia, mas
encontram dificuldades na sua utilização dentro da sala de aula. Outro grupo utiliza-as com
os alunos sem alterar significativamente a actividade lectiva. Por último, um grupo
reduzido de professores designado de “entusiastas”, voluntarioso, aberto a novos desafios,
mas que por vezes se debate com dificuldades por falta de equipamentos. Actualmente,
diremos nós, mais que a falta de equipamentos há a falta de manutenção por parte dos
responsáveis pelos mesmos como iremos mostrar neste estudo. Uma situação por nós
conhecida (desde há alguns anos, possibilitada pela actividade profissional) e denunciada
pelos professores é a morosidade nas reparações dos equipamentos informáticos fornecidos
pelos Programas de apetrechamento das escolas: Internet nas Escolas e Nónio Século XXI.
Da mesma forma, podemos encontrar dois grupos de posições extremadas entre os
investigadores na área das TIC (Silva, 1999). Uma posição optimista (Gates, 1995;
Negroponte, 1996; Perelman, 1992, entre outros) considera que as tecnologias possuem
capacidades transformacionais positivas da vida das pessoas na forma de aprender,comunicar, inclusive na participação social. Perelman (1992) chega mesmo a propor a
substituição da escola por “canais de hiperaprendizagem”. No extremo oposto situam-se os
tecnófobos representados por Postman (1994). Este investigador propõe o “regresso
curricular às bases”, considerando a História a disciplina central e opondo-se firmemente à
invasão das tecnologias na vida das escolas e da sociedade. Estas posições
fundamentalistas têm provocado prejuízos à utilização das TIC nos sistemas educativos ao
servirem de refúgio e justificação para alguns professores se escusarem a utilizar as TIC e,
por outro lado, também para que outro grupo de docentes veja na utilização das tecnologias
a resolução mágica de todos os problemas da educação. Silva (1999) defende uma posição
de equilíbrio baseada na análise da realidade. O grande desafio aos professores e às escolas
passa pela compreensão do funcionamento destas tecnologias. As tecnologias são uma
parte da mudança necessária ao bom funcionamento actual das escolas, continuando a
competência científica e profissional dos docentes a assumir-se como o factor crítico.

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